sexta-feira, 1 de julho de 2011

Gilberto Brasil e o Killifish

Um tesouro deixado por um pesquisador!!!


Noticia Vinculada em 16/04/2009


O engenheiro químico Gilberto Campello Brasil, 63 anos, morador do Recanto das Emas, desapareceu há cinco meses sem deixar pistas para amigos e familiares. Desde novembro do ano passado ninguém recebe notícias de Gilberto, importante pesquisador de peixes e plantas que se mudou para o DF cinco anos atrás. Ele deixou em casa rico material de pesquisa, incluindo ovos de peixes raros e cerca de 500 espécies de cactos. Tudo foi doado para o Jardim Botânico de Brasília, que criou um espaço dedicado às descobertas do pesquisador. 

Gilberto trabalhava como assessor técnico concursado no Ministério do Meio Ambiente. Os colegas de escritório foram os primeiros a notar o desaparecimento do engenheiro — ele vivia sozinho, não é casado nem tem filhos. Em 7 de novembro do ano passado, uma segunda-feira, Gilberto não apareceu no ministério. Alguns funcionários ligaram no celular dele, sem sucesso. Como o engenheiro estava ocupado preparando documentos para dar entrada em um novo emprego, pensaram que ele poderia ter faltado para resolver o problema. Em 2006, Gilberto passou no concurso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o cargo de pesquisador e foi convocado em 2008. Ele estava reunindo a papelada para assumir o posto. 

No dia seguinte, nova falta no serviço. Sem conseguir contato com o engenheiro, os funcionários do ministério avisaram a polícia do sumiço. “Na sexta-feira anterior ele veio trabalhar normalmente. De saúde, estava tudo bem, ele tinha até feito o exame admissional para o emprego. Ele era uma pessoa forte, ia ao campo direto”, disse uma das colegas do engenheiro no ministério, Vânia Soares, 56 anos. 

A 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) e a Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS) da Polícia Civil apuram o desaparecimento. Como o caso corre em segredo de Justiça, a polícia não revela a linha de investigação ou o que pode ter acontecido a Gilberto. O engenheiro já foi vítima de pelo menos três crimes. Nos últimos cinco anos, teve três veículos roubados. Em julho do ano passado, durante um desses assaltos, ele teria apanhado dos criminosos e sido abandonado na rua. De acordo com amigos do engenheiro, a violência provocou um edema, que ele vinha acompanhando por exames médicos. 

Acervo raro 

O material de pesquisa encontrado na casa de Gilberto, no Recanto das Emas, foi levado ao Jardim Botânico. A equipe do parque recolheu 35 aquários intactos e vasos com cerca de 500 espécies de cactos. Os aquários estavam sem água e apenas cinco peixes sobreviveram aos meses de abandono, mas morreram logo após o resgate. O sedimento do fundo dos recipientes parecia seco e sem vida, mas estava cheio de ovos depositados pelos antigos moradores. Com um pouco de água, os ovos eclodiram e deram origem a dezenas de filhotes. O procedimento deu certo porque os animais criados por Gilberto eram do tipo killifish: grupo de espécies que vivem em poças e áreas alagadas e depositam os ovos quando a seca se aproxima. Os ovos resistem aos meses de seca e eclodem quando chega a temporada de chuvas. “Ele tinha loucura pela questão dos peixes temporários. Ele é engenheiro químico, mas tem amor grande por essa parte. Então ia, coletava, mandava para universidades”, lembrou Vânia. 

Com cerca de 20 dias de vida, os filhotes ainda são pequenos — meio centímetro de comprimento — e não é possível identificar as espécies. “Ainda não se sabe quantas espécies ele tinha em casa porque só alguns aquários estão com etiquetas. Depois, a identificação pode ser feita pelas cores ou contagem de escamas”, afirmou o gerente de preservação do Jardim Botânico, Alex Alves Amorim. O gerente esteve na casa de Gilberto para recolher o material e também encontrou livros, fotografias dos peixes, equipamento de coleta e pesquisas deixadas pelo engenheiro. 

Uma das espécies que os biólogos do Jardim Botânico esperam identificar quando os peixes crescerem é o Simpsonichthys boitonei, conhecido por pirá-brasília. O animal é raro, mas já foi encontrado na reserva ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além dele, pode ser que haja nos aquários exemplares do Simpsonichthys gilberatus, espécie descoberta e batizada por Gilberto. Nas viagens de campo por todo o Brasil, ele revelou mais de 20 espécies desconhecidas pela comunidade científica. 

O objetivo da equipe é que o Espaço Gilberto Brasil seja útil para pesquisadores da área e também mais um atrativo do Jardim Botânico para os estudantes que visitam a reserva. “A pesquisa é o mais importante. Essa seria a primeira mostra de killifish do Brasil”, comentou o biólogo Fernando Nolli.



Matéria: Elisa Tecles



CLASSIFICAÇÃO:

Um animal pode ser considerado endêmico quando a espécie só pode ser encontrada em determinada área geográfica. O endemismo permite à ecologia estudar ecossistemas antigos que sobreviveram a várias gerações.

Para saber mais 
Ao contrário do que o nome possa sugerir (kill em inglês quer dizer matar), os killifishes não são predadores e sim pequenos peixes de água doce que habitam riachos e até minúsculas poças de água da chuva. Essa é uma palavra de origem holandesa – killi significa riacho, ou seja, peixes de riacho. Os killis pertencem à ordem dos cyprinodontideos, que engloba uma infinidade de gêneros e espécies, distribuídos em quase todas as regiões de clima tropical e temperado do planeta.





Em geral são peixes pequenos e muito coloridos. Eles vivem, geralmente, em ambientes saturados de material orgânico em decomposição e com pouco oxigênio diluído na água. Os killis não possuem o labirinto, órgão adaptado a retirar oxigênio do ar. Os killis podem ser divididos em três grupos: anuais, não-anuais e semi-anuais – de acordo com as suas características reprodutivas. Os preferidos de Gilberto são os anuais, ou seja, que se reproduzem apenas uma vez, em época de chuvas.




Vídeo feito pela TVsenado sobre as espécies que estão no Jardim Botânico de Brasilia:




Fonte do Vídeo: Youtube
Link da matéria: Correio Braziliense (DF)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Video de Coleta de Killis em outros países e DESABAFO!!!

Estou postando hoje, videos de coleta de killifish em outros países para que as pessoas conheçam e vejam onde é o biótopo de algumas espécies!!


Poderemos ver onde vivem e como vivem essas espécies maravilhosa!!


Lembrando: Que na nossa legislação atual é crime ambiental fazer coleta de Killifish em seus biótopos sem autorização do IBAMA!! Não sei na Legislação desses países onde foram feitos os videos se também são proibidos.


Podemos ver que além de capturar alguns exemplares, eles tiram fotos do biótopo para registrar.










.Infelismente temos visto vários biótopos sendo eliminados pelas pessoas, onde você menos imagina pode haver um biótopo de uma espécie que, só ocorre naquele lugar, um riacho, um alagado, um pequeno pântano.


Confira á matéria que Francisco Falcon do Killifish Brasil fez em 2009 na Região de Maricá:




27.12.09


Killifish Brasil visitando a região de Maricá

Estivemos ontem visitando os biotopos de leptolebias e nematolebias na região de Marica-RJ em companhia de um casal amigo (Vinicius e Paloma) e também killilouco.

Bom, pra começar passamos em Inoã, e visitamoso local aonde há anos atrás abundavam as l.fractifasciatus e N.papilliferus.... O pouco que resta daquele biotopo estava seco, mas creio que ainda ocorram peixes alí na estação das chuvas, apesar das imensas valas de escoamento escavadas ao redor dos terrenos (durante as chuvas aquelas ruas ficavam completamente alagadas). Há um ano atrás estive lá, mesmo depois das valas terem sido escavadas e ainda encontrei peixes, o que parece ser um bom sinal... ou um consolo... mais adiante deste biotopo encontrei outro biotopo que não conhecia, mas que segundo esse amigo meu ocorria também rivulidae ali, mas parece que as arvores que sombreavam ele foram derrubadas e restava muito pouca água. Não encontramos peixes desta vez.


Indo então para a restinga de Barra de Maricá, encontrei os biotopos de L.citrinipinnis em bom estado, mas a restinga vem sendo invadida pelos banhistas em busca do sossego daquelas praias, e havia um movimento muito grande de carros dentro daquela APA.... vi cercas em construção, parece que aquilo tudo vai ser cercado, mas parece ser um processo lento... o que importa é que os biotopos continuam lá.. verifiquei a ocorrência das leptolebias, e encontrei exemplares, ainda que na poça aonde fui (na beira da lagoa de maricá) os peixes encontram-se sempre parasitados, e isso ocorre desde que fui lá pela primeira vez há alguns anos atrás..... infelizmente na hora não me lembrei de trazer um dos exemplares para análise, apenas fotografei e soltei, mas ta aí uma pesquisa a ser feita.......




Nos outros biótopos da APA não parei pra verificar se tinham peixes, até porque é uma espécie que vem sendo criada com sucesso em cativeiro...


Depois de cruzar a restinga, prosseguimos para Ponta Negra e de lá, indo em direção a RJ-106 paramos no biotopo (uma pequena vala na beira da estrada) aonde ocorrem os rivulus janeiroensis “Ponta Negra”, e qual não foi minha surpresa descobrir que a vala foi quase que completamente aterrada, e no pouco que restou de água ainda tinham rivulus (vide fotos), peixes gato (callichthys, eu acho), poecilidae e um mussum (q o Vinícius pensou que fosse uma cobra rs).



Enfim, a situação de nossos rivulidae está cada vez mais preocupante....
Abraços!
Fonte: KillifishBrasil

Outra Matéria também Preocupante:


3.5.07


S.O.S. Leptolebias fractifasciatus e Nematolebias papilliferus "Inoã"

Venho aqui chamar a atenção para o estado crítico em que encontra este biótopo, aonde um dia eu já tive a oportunidade de encontrar estas duas lindas espécies de killifish vivendo em simpatria:


Aqui vão algumas fotos (tiradas em 21/04/2006) do biótopo, localizado às margens da rodovia RJ106. Pode-se ver q a "Tabôa" (nome dessa vegetação típica de brejos) foi tosada e o biótopo totalmente drenado, com grandes valas de drenagem (q não aparecem na foto). Com certeza esta parte do biótopo não terá mais como se encher de água e proporcionando o nascimento dos peixes.....Na outra parte do biótopo (do outro lado da rua) eu acho que ainda há chance de encontrarmos este peixe, mas já estive lá em três ocasiões com intervalos de cerca de 4 meses e não encontrei ainda o biótopo com água, o que me faz pensar que algo pior tenha acontecido.


O que me tranquiliza é que grandes criadores de killifish, tanto no Brasil quanto na Europa tem estas espécies em aquário, reproduzindo-se com relativa facilidade.


É triste ver espécies que são completamente desconhecidas da população desaparecerem assim, mas pouca coisa podemos fazer, além de fazer a nossa parte, ou seja, criar e distribuir.








Passei por lá hoje (3/5/2007) e encontrei o biótopo completamente seco, e na última vez que o visitei, em Janeiro deste ano o biótopo também encontrava-se seco, o que me leva a suspeitar que algo pior possa ter acontecido...........

Fonte: Killifishbrasil

Mais uma na região de Seropédica - RJ:

23.8.07


S.O.S. Leptolebias minimus

No início de Julho eu e meu amigo Juarez Câmara estivemos visitando o biótopo da Leptolebias minimus em Seropédica, com o intuito de checar o estado de preservação do mesmo. O que vimos não nos agradou muito, pois apesar de encontrarmos este peixe cada vez mais raro na natureza, o ambiente que cerca aquele biótopo: casas em construção, falta de saneamento, indo o esgoto provavelmente direto para aqueles brejos..... fatores ameaçadores e delimitadores no que diz respeito ao futuro da vida naquelas poças temporárias.


Localização:

Vista do biótopo:

Leptolebias minimus macho (foto Juarez Câmara)



Foto do biótopo:


Fonte: Killifishbrasil


Restinga de Maricá pode ser urbanizada
Enviado por Fernanda Pereira 22/5/2010 19:26:21

O
s vereadores de Maricá aprovaram, semana passada, projeto de lei que autoriza a urbanização de 12% da restinga da cidade. Ambientalistas protestaram contra a decisão, alegando que o texto do secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Alan Novais, é inconstitucional por ignorar leis de proteção ambiental.
“Esta área é uma Unidade de Conservação da Natureza (UNC), sob proteção do governo estadual. Trata-se de um patrimônio ambiental, científico e cultural brasileiro. Abriga a secular comunidade pesqueira de Zacarias e é a restinga com o maior número de trabalhos científicos no Brasil, são mais de quatrocentas pesquisas”, destacou a professora Desiree Freire, integrante do Movimento Pró-Restinga.

A comunidade local afirma que os vereadores não levaram em consideração o debate público, realizado na Câmara, no início do mês. Na ocasião, a associação de pescadores expôs o descontentamento com o Plano de Manejo que, segundo eles, tem o objetivo de permitir a instalação de um resort na região.

O secretário Alan Novais argumentou que o documento trata da criação de uma área de proteção permanente no local, que permitirá construções em, no máximo, 12% dos cerca de um milhão de metros quadrados da área. Uma vez implantada, a Área de Preservação Permanente (APP) terá também um parque municipal, juntamente com o espaço para a reserva indígena e a comunidade de pescadores que existe no local.

O São Gonçalo - ONLINE 01/08/10






Fico pensando no que estamos fazendo para ajudar á manter essas espécies, os criadores/hobbystas tem feito muitos e muitos progressos na criação e propagação de espécies que futuramente poderão estar em extinção ou já extintas.

Vejam essas matéria acimas e olhem as datas, será que esses biótopos ainda estão lá??

Ninguém se preocupa com eles á não ser os criadores que, não são vistos com bons olhos pelo IBAMA, mas o próprio órgão não faz nada, apenas reprime á coleta que poderia salvar muitas espécies.

Muitas delas hoje só existem graças á criadores dedicados, que os mantém em seu criatório.

E dou parabéns á eles por terem essa iniciativa de salvar essas espécies.

Até mais...